Quais regiões Italianas partiram mais emigrantes para o Brasil?

Painel do Museu da Imigração de Genova. Foto: Luiz Marchesini

Cerca de um milhão e meio de italianos imigraram para o Brasil entre os anos de 1870 a 1920 fugindo das dificuldades impostas pelos difíceis anos após as guerras Napoleônicas, a ditadura do Império Austro-húngaro e a Revolução Industrial, que deixaram batalhões de desempregados em meio ao uma população pobre de camponeses, sem capacidade técnica, estudos e terras para as suas agriculturas.

Sem destino, com a fome batendo na porta, eles foram atraídos aos milhares por corsários pagos, primeiro por D.Pedro II, Imperador do Brasil, via propagandas de fartura e soluções para a sobrevivência. Oferecendo gratuitamente as terras do sul do Brasil, que naquele fim dos anos 800 estavam vazias e inocupadas, e que estavam ameaçadas de invasão pela Espanha, já detentora de vastas terras ao redor da América Latina.

Capa do Passaporte da época da imigração segunda fase

A ideia do Imperador D. Pedro II de promover este grande e intenso fluxo de europeus, principalmente de italianos para o Brasil, foi ao mesmo tempo ocupar as terras vazias do sul e também de “branquear” a população brasileira que era em sua grande maioria formada por índios, negros e mestiços. Como profundo amante das ciências e das artes, ele se baseou no pensamento científico mundial em voga no final do século XIX, que seguia os estudos científicos de Darwin, o pai da teoria evolucionista dos seres vivos.

Após a queda da Monarquia causada pelos militares e grandes cafeicultores devido as leis anti-escravocratas aprovadas, principalmente pela sua filha, Princesa Isabel, que incentivada pelo movimento absolutista brasileiro organizado por Castro Alves, José do Patrocínio, André Rebouças, Rui Barbosa entre outros, trouxeram o fim da escravidão dos pretos trazidos a força da África e da mão-de-obra fácil nas fazendas de café, em um momento que o Brasil era o maior exportador mundial do produto.

Desta forma os novos donos do poder da recém nascida República militarizada brasileira não interrompeu o fluxo imigratório montado por D.Pedro II para trazer os italianos. Ao contrário, o intensificaram justamente para fazer com que os italianos viessem trabalhar na cultura cafeeira em substituição a mão-de-obra escrava.

Portanto o movimento imigratório incentivado para atrair os italianos ocorreram em dois momentos em toda a Itália, mais precisamente em grande volume em determinadas regiões. Na primeira fase imigratória (1878-1901), o norte da Itália dominou com as regiões do Veneto, Friuli Venezia Giulia e Lombardia. Na segunda fase (1901-1915) as regiões do Sul da Itália entraram com força com a Sicília em primeiro lugar em número de emigrantes seguido pela região da Campania, no Centro Sul e ainda o Veneto figurando em terceiro nesta fase, mas que somando as duas foi a região que teve o maior fluxo imigratório.

O filme Azambuja (nome da primeira colônia de italianos em Santa Catarina – BR) lançado no ano passado no Brasil e na Itália, em que tive o prazer de participar, principalmente em Genova, cidade do grande porto do norte italiano utilizado pela emigração e em Roma, o qual retrata muito bem a história da primeira fase imigratória, é um ótimo documentário-ficção que pode ser assistido gratuitamente no youtube: https://youtu.be/VSO12HNQ37c

Hoje, com cerca de 30 milhões de descendentes de italianos (dados da Embaixada Italiana), ou seja, uma meia Itália que tem 60 milhões de habitantes, fazem do Brasil um verdadeiro país Ítalo-brasiliano e o maior em número de descendentes do mundo.

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EUA e a Cidadania Italiana

Para viajar aos EUA o brasileiro necessita de um visto aprovado pelo consulado americano no Brasil,  pagando uma taxa de 160 dólares. Deve ir pessoalmente ao consulado americano passar por entrevista com um funcionário americano, geralmente de mal humor e sem a mínima vontade de lhe conceder o visto, lhe perguntando o por que você quer ir para os EUA, se você vai morar lá, se vai procurar emprego entre outras perguntas constrangedoras, muitas vezes tendo a negativa dele. E ainda ter que enfrentar uma fila que dobra a esquina na porta do consulado ou embaixada americana. Infelizmente esse é o retrato da realidade que o brasileiro passa para conseguir ir visitar os EUA. Agora imagina você querendo viajar para os EUA e do conforto de sua casa, pelo computador, você entra no site do ESTA (Electronic System for Travel Authorization), preenche um formulário, pagar uma taxa de 14 dólares com o seu cartão de crédito ou pay pal e pronto. Recebe autorização de entrada no país americano, tranquilamente, e ainda com validade de dois anos. Tendo como únicas condições a de ter um cartão de crédito internacional, plano de saúde e passagem aérea de retorno dentro de 90 dias, que é o prazo o qual o cidadão europeu pode ficar nos EUA como turista. Essa segunda opção é possível quando você é italiano, ou seja, você teve a sua cidadania italiana reconhecida por ser descendente sanguíneo de um antepassado italiano ou por ter se casado com um italiano (a) há mais de três anos no Brasil, ou um ano e meio, no caso de haverem filhos em conjunto.  Ou seja, a cidadania italiana já ajuda a você, que tem interesse de entrar na América, já na obtenção da autorização de entrada (não é visto, pois o italiano é isento de visto para entrar nos EUA). E quais são os vistos para se entrar nos EUA? Além do visto de turista, existem muitos outros, como: para estudo, intercâmbio, trabalho entre outros. Para quem quer trabalhar nos EUA, o mais comum é o visto H1-B em que você deve ter uma carta convite de um empregador americano. Há ainda os vistos para profissões especializadas como H2 para trabalhadores sazonais, H3 para estagiários, P para atletas e artistas e L1-A para executivos (estadia temporária para executivos ou gestores de empresas multinacionais). Para estudo, os vistos utilizados são o F1 e F2, M e J. Com exceção do visto J, para todos os outros vistos de estudante é necessário aplicar-se em uma escola ou universidade e depois da aprovação desta instituição e com a carta convite na mão, solicitar o visto. O visto J é para fins de intercâmbio estudantil, não precisa do trâmite junto a instituição, mas deve-se ter um responsável (chamado de sponsor, ou patrocinador), que assumirá a responsabilidade por você no país. Este visto permite ao estudante a trabalhar e estudar ao mesmo tempo. E para morar nos EUA a cidadania italiana ajuda? Sim, claro. Como disse para o italiano não há a exigência de visto para os primeiros 90 dias de permanência. Após este período o italiano deverá ter um visto específico, que pode ser um destes a cima ou o famoso visto E-2, um dos mais requeridos para empreendedores. O visto E-2 é direcionado a investidores que queiram abrir um negócio em solo americano. Ele permite que o indivíduo possa morar e a utilizar a saúde no país, levar a família, cônjuge e filhos, além de poder estudar. Ou seja, de ter uma vida normal e tranquila nos EUA. Aí que entra a diferença com relação ao brasileiro. Para solicitá-lo é preciso ter um passaporte de um dos 50 países que fazem parte do “Tratado de Comércio e Navegação” com os EUA e o Brasil, infelizmente, não faz parte. Diferentemente da Itália, que sim e permite ao cidadão italiano a ter este tipo de visto. Outra vantagem para quem tem o passaporte vermelho italiano é o investimento mínimo para abrir o negócio com o visto E-2, que é de U$100 mil dólares, não precisa de maiores aprovações governamentais e  ainda conta com a validade de 5 (cinco) anos renováveis, enquanto o negócio estiver funcionando. Infelizmente para o investidor brasileiro a situação é diferente. O visto que ele deverá aplicar para empreender nos EUA é o visto EB-5, o qual as exigências são maiores e o investimento mínimo é de U$ 500 mil dólares. O projeto da empresa deve ser aceito pelo governo americano e a nova iniciativa deve empregar, no mínimo, 10 funcionários americanos para iniciar e somente depois de estiver funcionando é que se poderá aplicar ao desejado visto Green Card (visto permanente). Se você tem um sobrenome italiano, ou conhece a história na família de que houve um ascendente italiano em sua linha genealógica, possivelmente você pode ter o direito à cidadania italiana, pois o Brasil é o país que possui o maior número de descendentes de italianos do mundo, devido a grande imigração do início do século XX  dos oriundi para as américas. Caso tenha dúvidas ou precisa de ajuda para obter o reconhecimento da cidadania italiana, entre em contato. Estamos prontos para ajudar você a realizar os seus sonhos!

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