Matrícula e Bolsa na Universidade de Bologna

No início de 2017 após a minha filha de 18 anos, apesar de excelente aluna no ensino médio da escola MOPI no Rio de Janeiro, ter conseguido uma alta pontuação no Enem, não conseguiu ingressar para as desejadas Universidades Federais no Brasil. O desumano e torturante sistema de acesso ao Enem, em que milhares de jovens alunos brasileiros disputam as poucas vagas das reduzidas universidades públicas existentes no país faz muitos deles ficarem deprimidos e desestimulados.

Apesar da pontuação satisfatória para qualquer universidade privada ela decidiu que iria refazer o Enem no outro ano para tentar novamente a vaga na universidade pública. Mas com o passar meses, praticamente dentro de seu quarto, extremamente decepcionada e cabisbaixa, resolvi que iria matriculá-la na Universidade de Bologna, UNIBO, na Itália pela condição da dupla cidadania que possuímos. A UNIBO é a universidade mais antiga do mundo e uma das melhores da “Bota” para as áreas humanas, área a qual ela queria cursar e a cidadania italiana, facilitava e muito as coisas.

Neste momento começou a minha saga para obter todas as informações possíveis e impossíveis em como matriculá-la e adequá-la na cidade. A primeira notícia excelente que obtive foi que a maioria das melhores universidades italianas são públicas em que se paga muito pouco, e ás vezes nada, para estudar nelas. E o que é melhor . Todos os anos as universidades oferecem milhares de vagas e para a maior parte dos cursos. NÃO É PRECISO SER SELECIONADO EM UMA PROVA PARA SE MATRICULAR. Ou seja, não há um “Enem Italiano” disputadíssimo para ingressar em uma excelente universidade italiana. Há cursos muito concorridos, como o de Direito, por exemplo, em que há uma prova de seleção, mas o número de vagas oferecidas é impressionante. Foram para o ano de 2018 para este curso 660 vagas. Ou seja, mesmo que haja um ou outro curso que exija uma prova para entrar por ser muito disputado, somente se o estudante realmente não tiver as mínimas condições, não ingressa, pelo elevado número de vagas.

Voltando a minha filha Luana. No caso dela o curso escolhido não exigia uma prova seletiva para o ingresso, ou seja , bastava se matricular para ingressar na universidade. Há uma prova a ser feita, mas é apenas para verificar o nível do estudante. Caso o nível de conhecimento do estudante esteja muito abaixo dos outros, a universidade não deixa de matriculá-lo e fornece um curso de reforço em horário alternativo para o aluno, que em caso de não passar na prova e ter vaga para ele, será obrigatório para ele acompanhar a turma.

Aos poucos fui descobrindo outras benesses, como cursos de línguas gratuito, orientação psicológica, atendimento especial, sistema de bibliotecas, esportes etc. No segundo semestre de 2017, após realizar vários trâmites pela internet e envio de documentos, em agosto, lá fui eu levar a minha filha para a maior experiência da vida dela e da nossa, a minha e de minha esposa e dos irmãos.

E o melhor, além da universidade ser gratuita (para aqueles que ganham acima de 23 mil Euro ano, ou R$ 90 mil no Brasil, paga-se alguma coisa) a mesma oferece ainda alojamento, alimentação (tipo bandejão, mas é italiano, rsrsrsrs) e, o que achei mais incrível, uma bolsa de estudos variando de 2.000 a 5.000 Euro por ano para ajudar àqueles que possuem dificuldades de seguir a universidade de forma tranquila em seus estudos.

É claro que o alojamento e a bolsa não se consegue diretamente, deve-se passar por um processo seletivo baseado na renda e bens da família, que são analisados, e que ainda há um certo número de bolsas, que no caso da Faculdade de Ciência Política, a qual matriculei minha filha, foram 180.

Após realizar todos os trâmites, entregando toda a documentação necessária, traduzida e apostilada, ter alugado um imóvel para ela morar junto com outras duas estudantes, uma italiana e outra da Romênia, e ter passado um sufoco de quase ter sido desclassificado da concorrência por ter esquecido um documento, em que tive que providenciar correndo no Brasil com ajuda de profissionais de extrema confiança e agilidade, BINGO. Conseguimos a bolsa máxima de 5.000 Euro para ela, o que nos deixou extremamente felizes. É claro que tive que sustentar ela uns quatro meses, mas incrivelmente, os custos são mais baratos que no Brasil e todo o esforço valeu a pena.

Ou seja, após ela não passar em uma Universidade Pública brasileira pelo perverso funil do Enem, acabei conseguindo que ela fosse estudar em uma das melhores e conhecidas Universidades públicas Italianas e, de quebra, com os custos de vida dela pagos pela própria Universidade e o governo da região da Emilia-Romagna.

Até a taxa de matrícula de 157 Euro que paguei, a Universidade está providenciando o reembolso. Igualzinho no Brasil, né…..

Arriverdecci.

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EUA e a Cidadania Italiana

Para viajar aos EUA o brasileiro necessita de um visto aprovado pelo consulado americano no Brasil,  pagando uma taxa de 160 dólares. Deve ir pessoalmente ao consulado americano passar por entrevista com um funcionário americano, geralmente de mal humor e sem a mínima vontade de lhe conceder o visto, lhe perguntando o por que você quer ir para os EUA, se você vai morar lá, se vai procurar emprego entre outras perguntas constrangedoras, muitas vezes tendo a negativa dele. E ainda ter que enfrentar uma fila que dobra a esquina na porta do consulado ou embaixada americana. Infelizmente esse é o retrato da realidade que o brasileiro passa para conseguir ir visitar os EUA. Agora imagina você querendo viajar para os EUA e do conforto de sua casa, pelo computador, você entra no site do ESTA (Electronic System for Travel Authorization), preenche um formulário, pagar uma taxa de 14 dólares com o seu cartão de crédito ou pay pal e pronto. Recebe autorização de entrada no país americano, tranquilamente, e ainda com validade de dois anos. Tendo como únicas condições a de ter um cartão de crédito internacional, plano de saúde e passagem aérea de retorno dentro de 90 dias, que é o prazo o qual o cidadão europeu pode ficar nos EUA como turista. Essa segunda opção é possível quando você é italiano, ou seja, você teve a sua cidadania italiana reconhecida por ser descendente sanguíneo de um antepassado italiano ou por ter se casado com um italiano (a) há mais de três anos no Brasil, ou um ano e meio, no caso de haverem filhos em conjunto.  Ou seja, a cidadania italiana já ajuda a você, que tem interesse de entrar na América, já na obtenção da autorização de entrada (não é visto, pois o italiano é isento de visto para entrar nos EUA). E quais são os vistos para se entrar nos EUA? Além do visto de turista, existem muitos outros, como: para estudo, intercâmbio, trabalho entre outros. Para quem quer trabalhar nos EUA, o mais comum é o visto H1-B em que você deve ter uma carta convite de um empregador americano. Há ainda os vistos para profissões especializadas como H2 para trabalhadores sazonais, H3 para estagiários, P para atletas e artistas e L1-A para executivos (estadia temporária para executivos ou gestores de empresas multinacionais). Para estudo, os vistos utilizados são o F1 e F2, M e J. Com exceção do visto J, para todos os outros vistos de estudante é necessário aplicar-se em uma escola ou universidade e depois da aprovação desta instituição e com a carta convite na mão, solicitar o visto. O visto J é para fins de intercâmbio estudantil, não precisa do trâmite junto a instituição, mas deve-se ter um responsável (chamado de sponsor, ou patrocinador), que assumirá a responsabilidade por você no país. Este visto permite ao estudante a trabalhar e estudar ao mesmo tempo. E para morar nos EUA a cidadania italiana ajuda? Sim, claro. Como disse para o italiano não há a exigência de visto para os primeiros 90 dias de permanência. Após este período o italiano deverá ter um visto específico, que pode ser um destes a cima ou o famoso visto E-2, um dos mais requeridos para empreendedores. O visto E-2 é direcionado a investidores que queiram abrir um negócio em solo americano. Ele permite que o indivíduo possa morar e a utilizar a saúde no país, levar a família, cônjuge e filhos, além de poder estudar. Ou seja, de ter uma vida normal e tranquila nos EUA. Aí que entra a diferença com relação ao brasileiro. Para solicitá-lo é preciso ter um passaporte de um dos 50 países que fazem parte do “Tratado de Comércio e Navegação” com os EUA e o Brasil, infelizmente, não faz parte. Diferentemente da Itália, que sim e permite ao cidadão italiano a ter este tipo de visto. Outra vantagem para quem tem o passaporte vermelho italiano é o investimento mínimo para abrir o negócio com o visto E-2, que é de U$100 mil dólares, não precisa de maiores aprovações governamentais e  ainda conta com a validade de 5 (cinco) anos renováveis, enquanto o negócio estiver funcionando. Infelizmente para o investidor brasileiro a situação é diferente. O visto que ele deverá aplicar para empreender nos EUA é o visto EB-5, o qual as exigências são maiores e o investimento mínimo é de U$ 500 mil dólares. O projeto da empresa deve ser aceito pelo governo americano e a nova iniciativa deve empregar, no mínimo, 10 funcionários americanos para iniciar e somente depois de estiver funcionando é que se poderá aplicar ao desejado visto Green Card (visto permanente). Se você tem um sobrenome italiano, ou conhece a história na família de que houve um ascendente italiano em sua linha genealógica, possivelmente você pode ter o direito à cidadania italiana, pois o Brasil é o país que possui o maior número de descendentes de italianos do mundo, devido a grande imigração do início do século XX  dos oriundi para as américas. Caso tenha dúvidas ou precisa de ajuda para obter o reconhecimento da cidadania italiana, entre em contato. Estamos prontos para ajudar você a realizar os seus sonhos!

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